|
|
Net, site, e-mail, browser,
web, online, chat, portal!
Certamente, estas palavras não serão estranhas ao caro
leitor. Nem expressões como nova economia, economia digital, empresa virtual,
globalização ou comércio electrónico. Todas elas entraram, de uma vez por
todas, no nosso vocabulário. Deixaram de ser termos usados, exclusivamente, por
informáticos e passaram a estar presentes em quase todos os domínios da
sociedade: economia, gestão, comunicação social falada e escrita, marketing,
publicidade, educação, Estado. O número de utilizadores está
aumentar exponencialmente em todo o mundo. Poucas são as empresas que ainda não
têm, nem pensam ter, nos tempos mais próximos uma presença online. As célebres letrinhas “www” ou o sinal @
proliferam em anúncios publicitários, papel timbrado e cartões de visita. Hoje em dia, para um grande
número de pessoas, é normal ser a Internet o primeiro sítio em que pensam
quando precisam de informações acerca de um produto, serviço ou lugar, e o meio
a que recorrem para acompanhar, em tempo real, um grande acontecimento ocorrido
num dos quatro cantos do mundo. A importância da Internet é já
uma certeza. A dúvida reside agora em saber de que maneira. A Internet não é,
definitivamente, uma moda ! Esta nova economia está a
alterar o modo como o comércio é conduzido. A Internet deixou de ser o meio que
se usava apenas para fazer publicidade à nossa empresa ou aos nossos produtos
através dum catálogo electrónico. Passou a ser o local onde se concretizam negócios entre empresas ou entre estas e
os consumidores. Até há pouco parecia que
unicamente os bens digitalizáveis
poderiam ser comercializados através da Internet, porque apenas estes poderiam
ser distribuídos nesse meio. Mas o que se está a verificar é que a estratégia
não depende dos produtos mas sim dos modelos de negócios. Por isso podemos hoje fazer
coisas na Internet que nem podíamos imaginar há dois ou três anos atrás, como
comprar livros, alimentos, viagens ou automóveis, consultar a nossa conta
bancária ou entregar a declaração do IRS. Este meio oferece as mesmas
oportunidades para qualquer tipo de empresa, seja grande ou pequena e constitui
uma oportunidade de negócio 24 horas por dia, 7 dias por semana, em qualquer
parte do mundo. A tónica é, agora, colocada mais no serviço (de valor
acrescentado) do que na mercadoria, mais na segmentação do que na massificação.
O cliente é o centro do negócio e a relação com ele é directa. É o cliente que
comanda a transacção comercial. A Internet permite que negócios
destinados a nichos de mercado muito reduzidos tenham a sua viabilidade
assegurada. Aliado ao baixo investimento necessário, e consequente risco
reduzido, é possível atingir um público-alvo mais
alargado, à escala planetária. Há pouco tempo, um amigo amante
da robótica, contava-me que, antes, para conseguir determinadas peças, muito
específicas, tinha, por vezes, que as construir. Isto porque tais peças, devido
à sua especificidade e pouca procura, não eram importadas uma vez que só se
tornava rentável fazê-lo em grandes quantidades, e os importadores não estavam
dispostos a assumir esse risco devido ao reduzido mercado existente em
Portugal. Agora, é possível encomendar directamente ao fabricante ou a pequenas
empresas especializadas, a preços muito acessíveis, através da Internet. Como quase sempre acontece, é
dos Estados Unidos da América que nos chegam as histórias mais surpreendentes:
empresas que saem do vão de escada para a alta roda da Bolsa em Wall Street, jovens visionários
que se tornam milionários da noite para o dia, empresas com grande cotação na
bolsa apesar dos contínuos prejuízos. Todos já ouvimos falar da Amazon.com, Yahoo, CDNow, Dell
ou Autobytel.com e dos seus sucessos, estudados e documentados em diversos
livros e revistas. Mas sabe, porventura, o que é
que está a acontecer em Portugal ? Será que existem também casos de sucesso na implementação
de comércio electrónico ou isso só acontece lá fora ? De que maneira abordam o
mercado as empresas que apostaram neste modo de negócio ? Quais foram as suas
dificuldades ? É neste contexto de falta de
informação sobre a realidade nacional que surge esta coluna. NETICES é um nome relacionado
com o Negócio Electrónico em Portugal e representa um conjunto de iniciativas
que tomam forma inicial com esta coluna no semanário Vida Económica e um site,
ambos com o mesmo nome. A coluna terá um tema semanal
que focará aspectos essenciais do Negócio Electrónico, nas suas diversas
vertentes, abordando as problemáticas que as empresas enfrentam, os sucessos e
insucessos dos projectos que levam a cabo e os detalhes de implementação que os
constituem. Cada tema será abordado de uma
forma genérica, concretizado com um caso prático da Internet em Portugal,
evitando a todo o custo a referência a exemplos vindos de outros países. O caso
prático procurará ser exemplificativo do tema
abordado, através da análise de funcionalidades de um site, da entrevista a
pessoas envolvidas ou de dados disponibilizados respeitantes ao projecto. Em simultâneo com a publicação
no Jornal Vida Económica, será feita a publicação online no site oficial das NETICES (www.netices.pt). Será
criado um fórum online, moderado, de tal modo que os leitores possam exprimir
as suas opiniões. Como resultado, espera-se que a
discussão sobre as empresas na Internet se reoriente
para os casos nacionais, partilhando experiências entre intervenientes,
captando a atenção dos utilizadores da Internet sobre exemplos práticos,
concretos e significativos. Essa discussão deverá ser intensa, pelo que se
esperam opiniões concretas dos autores e a referência eventual a opiniões públicas
ou citações de outros autores ou intervenientes, de preferência contraditórias,
no sentido de provocarem a discussão saudável de questões essenciais e a
extracção de conclusões ou análises interessantes. Cada tema estará disponível
para discussão durante três semanas. No final desse período, o moderador
introduzirá uma nota de encerramento resumindo toda a discussão que ocorreu e
encerrando o fórum, que permanecerá acessível para consulta posterior. Como corolário das discussões
será publicado um livro que será editado em papel e em formato digital, ambos
disponíveis para aquisição no site do Netices.
O Negócio Electrónico é o
presente e será, muito mais, o futuro. E passa por aqui, passa por nós, por
cada um de nós.
NETICES não
pretende ser mais uma coluna de actualidade. Deseja formar massa crítica para
que o conceito de Negócio Electrónico deixe de ser visto como algo que apenas
acontece nos Estados Unidos da América. Seja o autor do livro que vai
mudar a Nova Economia em Portugal!
Director-Geral da Globalmedia
|
|